[Escritor e tradutor nascido em Lisboa.
O seu mais recente romance chama-se Morte
com Vista para o Mar, edição Topseller.]
«Comecei desde muito cedo a ir ao cinema
e agora vejo-o em casa por não haver salas de cinema de jeito no concelho onde
vivo. Enquanto jornalista (e crítico de cinema) escrevi sobre filmes, cinema e
festivais de cinema para várias publicações, entre as quais o extinto Se7e, o JL na sua fase mais abrangente, O
Jornal e O Diário, tendo ainda
sido autor e coordenador dos anuários de home
video publicados entre 1989 e 2003 (co-edição Difusão Cultural/Projornal) e
correspondente do Variety em Portugal.
Os milhares de filmes que vi em cinco décadas de espectador de cinema e
cinéfilo, alguns por simples obrigação profissional ou pessoal e a maioria por
interesse pessoal, dificultam uma selecção do “melhor” ou “melhores” em termos
objectivos, mas, independentemente do valor histórico, técnico, cultural e até
social de cada filme, retenho na memória como sendo os meus “melhores”, e que
constam desta lista, alguns dos que mais me entusiasmaram e a que regresso com
gosto.»
Os 10 Melhores (por ordem alfabética)
* Aguirre, o
Aventureiro [Aguirre, der Zorn Gottes, 1972, de Werner Herzog]
* Apocalypse Now
Redux [1979, de Francis Ford Coppola]
* Casablanca [1942,
de Michael Curtiz]
* O Couraçado
Potemkine [Bronenosets Potyomkin, 1925, de Sergei M. Eisenstein]
* Lawrence da Arábia [Lawrence
of Arabia, 1962, de David Lean]
* Matou [M, 1931,
de Fritz Lang]
* Depois do Anoitecer
[Near Dark, 1987, de Kathryn Bigelow]
* A Quadrilha Selvagem [The Wild Bunch, 1969, de Sam
Peckinpah]
* O Senhor dos Anéis [The Lord of the Rings, 2001-2003,
de Peter Jackson]
* Os Suspeitos do
Costume [The Usual Suspects, 1995, de Bryan Singer]
[PGR valoriza a trilogia de Peter Jackson como uma obra
única. O autor do blog, já agora, também.]
O filme da sua vida: «A Quadrilha Selvagem». É um filme
extraordinário e a vários títulos emblemático: assinala o fim dos westerns tradicionais e o início de uma
era de westerns de novo tipo;
redefine o cinema de acção na sua representação estilizada mas realista da
violência; e é um emocionante hino à amizade, à lealdade e ao heroísmo.
Realizador, actor e actriz
favoritos: Sam Peckinpah é, para mim, um
dos realizadores mais completos, no leque de temas que levou para as suas
longas-metragens e na forma como os abordou. Admiro muito um grande número de
actores e actrizes, mas não irei ver um filme por um, ou mais, dos seus
intérpretes como irei ver por quem o realiza, com todo o respeito pelos muitos
méritos de gerações de actores e actrizes no cinema e na televisão.
Personagem que gostava de
encarnar se fosse possível "entrar" no ecrã: Charles Foster Kane, o complexo magnata da comunicação social de «O
Mundo a Seus Pés» (Citizen Kane, 1941), de Orson Welles.
Filme que mais o marcou no
momento do seu visionamento: «Estrada de
Fogo» (Streets of Fire”, 1984), de Walter Hill, que achei absolutamente
surpreendente na perfeita combinação entre a música, as imagens em movimento e
o espírito de aventura que domina a história.
Obra-prima clássica (ou nem
tanto) com que embirre particularmente: «E
Tudo o Vento Levou» (Gone with the Wind, 1939), de Victor Fleming. Insuportavelmente
longo, arrastadamente melodramático, irritantemente xaroposo.
O filme-choque da sua vida: «Também os Anões Começam por Baixo» (Auch
Zwerge haben klein angefangen, 1970), de Werner Herzog, que numa atmosfera
cruelmente delirante resumiu muito dos sonhos de liberdade, de intervenção e de
inovação do Cinema Novo alemão (e que vi no Instituto Alemão de Lisboa).
Filme do qual possa dizer "a
vida é muito parecida com isto": «Casablanca»,
de Michael Curtiz (1942). Pela história romântica, pelos encontros e
desencontros pessoais, pelas lealdades e deslealdades do amor e pela afirmação
de resistência à opressão, que tem o seu momento de antologia na entoação espontânea
de “La Marseillaise” no Rick’s American Café.
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